O papel do BUPi na mitigação de incêndios rurais

O workshop “Comunicação em Contexto de Incêndios Rurais” que ocorreu no dia 16 de junho, teve como destinatários principais os órgãos de comunicação social e como objetivo a melhoria na capacidade de comunicação com o público em cenários de incêndios rurais.

O potencial impacto do Balcão Único do Prédio (BUPi) na mitigação de incêndios foi apresentado pela coordenadora da Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi), Blandina Soares, nesta 5.ª edição do workshop. Blandina Soares, posicionou o BUPi no tema e partilhou algumas das principais conclusões dos dois estudos desenvolvidos pelo consórcio Centro de Estudos Sociais (CES) e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

«Um território bem gerido pode atrasar o avanço do fogo em pelo menos três horas», referiu Blandina Soares, acrescentando que «Os municípios e os cidadãos são fundamentais para o projeto BUPi, e por isso é fundamental incentivar a georreferenciação com vista a uma atuação preventiva e defensiva das populações em situações de risco».

Os estudos indicam também uma redução de -30,9% na intensidade e de -19,8% na velocidade da propagação do fogo em cenários de paisagem gerida, tendo o BUPi um papel importante ao permitir a identificação dos prédios rústicos e mistos, sobretudo a norte do Tejo. Os terrenos abrangidos pelo BUPi estão localizados em áreas determinantes do ponto de vista estratégico na prevenção de incêndios, concluiu o estudo. Ademais, há uma relação entre a gestão dos prédios rústicos e a sua integração no BUPi, pois o número de prédios geridos tende a aumentar com a sua identificação e registo.

A intervenção da coordenadora da eBUPi deu ainda a conhecer o Visualizador BUPi, que agrega diferentes camadas de informação, incluindo uma tridimensional e as disponibiliza na sua plataforma online como mecanismo de auxílio para a realização das Representações Gráficas Georreferenciadas (RGG).

Feito o balanço, o BUPi regista cerca de 2,7 milhões de propriedades identificadas em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira (31%), e 1,36 milhões de hectares identificados (35% do objetivo). São já 157 os municípios aderentes. 

No workshop foram também abordados temas como: os perfis criminais dos incendiários; a importância da vigilância, deteção e investigação das causas dos incêndios; e o papel da meteorologia na antecipação do risco.

Esta iniciativa é promovida em conjunto pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a eBUPi, a Guarda Nacional Republicana (GNR), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Polícia Judiciária (PJ).